Os
povos vikings já consumiam bacalhau, o Gadus Morhua, no século VIII, na
Escandinávia e utilizavam-se do ar livre como método de desidratação dos
peixes. No século IX, já se processava
bacalhau na Noruega e na Islândia.
Os povos bascos, que já
dominavam a salga como método de conservação de alimentos, iniciaram a salga do
bacalhau no século XI. Foram os bascos que começaram a expandir o comércio do
bacalhau.
Mas somente no século XV os
Portugueses descobriram o bacalhau na
Groenlândia e no Canadá, mais especificamente em Terra Nova, que
supria a necessidade de
alimento
não-perecível para levar nas embarcações. E o bacalhau salgado fazia bem esse
papel, pois se conservava bem e resistia às longas travessias
marítimas.
Os
portugueses foram os responsáveis pela disseminação do consumo do bacalhau pelo
mundo. A cidade do Porto, em
Portugal, recebia e preparava o bacalhau pescado pelos portugueses na Terra
Nova (Canadá), na Islândia e na Groenlândia.
Apesar da longa existência do
bacalhau em diversos países, esse peixe só chegou ao Brasil no século XVI.
Ainda assim, o consumo do bacalhau no Brasil só aumentou consideravelmente com
a chegada da corte portuguesa no século XIX. Durante muito tempo, o
bacalhau foi considerado alimento para pobres e só passou a ter status de
comida elitizada no século XVIII.
Atualmente,
na Europa, por lei, somente o Gadus Morhua e o Gadus Macrocephalus recebem
denominação de bacalhau. Segundo a cartilha da Anvisa¹ do Brasil, existem cinco
tipos de peixes salgados e secos no mercado brasileiro, porém somente duas são
bacalhau. São eles: o Gadus Morhua e o Gadus Macrocephalus.
O
Gadus Morhua é conhecido como Bacalhau legítimo, Porto Mohrua ou somente Porto.
É o legítimo bacalhau, considerado bacalhau nobre. Seu corpo é grande e largo,
normalmente possui mais de 3 kg, possui cor amarelo palha uniforme, suas postas
são altas, tenras e sua carne se desfaz em lascas.
Já
o Gadus Macrocephalus, conhecido como Codinho, bacalhau do pacífico e também
Portinho, possui cor bem mais clara do que a do Gadus Morhua e sua carne não
forma lascas. Possui carne fibrosa. Enquanto a carne do Gadus Morhua desmancha
em lascas, a do Gadus Macrocephalus desfia. Em sua anatomia, verifica-se
diferença em comparação ao Gadus Morhua, pois seu rabo e barbatanas possuem uma
marcação branca, que remete a um bordado
Merluzzo,
Baccalà e Stoccafisso, assim são conhecidos na Itália o bacalhau fresco, o
bacalhau salgado e o bacalhau seco ao sol, respectivamente. O Bacalhau fresco
possui sabor suave e é consumido dessa forma em países como Noruega, Portugal e
Japão.
Já o bacalhau salgado é bastante famoso mundialmente e exige alguns
cuidados antes do consumo. Sua carne deve ser deixada de molho e as trocas de
água devem ser frequentes para que ele reidrate novamente e seja retirado o
excesso de sal.
O terceiro a ser comentado é o Stoccafisso, que é o bacalhau
seco vendido inteiro. Esse bacalhau seco não é salgado, porém é necessário deixá-lo
de molho antes de cozinhá-lo. É sugerido também que utilize um martelo do tipo
utilizado para carnes a fim de bater nas fibras do bacalhau, tornando-as
macias.
O bacalhau, quanto à qualidade, é agrupado em: Imperial,
Universal e Popular. O Imperial é
o bacalhau de maior qualidade, com cortes bem-feitos e bem definidos. O
Universal é o bacalhau que possui pequenos defeitos, porém não há grande
comprometimento no quesito qualidade. Já o bacalhau Popular apresenta manchas e
pedaços danificados, como, por exemplo, marcas e rasgões oriundos do uso de
arpão.
Os
demais peixes salgados e secos considerados citados pela ANVISA são: o saithe,
o ling e o zarbo, cujos nomes científicos são respectivamente Pollachius Virens,
Molva Molva e Brosmius Brosme. Não são considerados bacalhaus¹, porém os três pertencem à mesma família dos bacalhaus, que é a família dos
gadídeos.
(¹)Ainda assim, é possível e provável (infelizmente) que encontre no supermercado esses peixes salgados e secos com o nome de "bacalhau saithe", "bacalhau ling" e "bacalhau zarbo".
Um pastel de "bacalhau" quentinho |
Referências: Livro Cozinha
Italiana completa, Livro Histórias, lendas e curiosidades da gastronomia, site jornallivre,
manual da Anvisa.
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