Responsabilidade ao falar de alimentos: estamos falando corretamente?

Olá, @você! Tudo bem?

Outro dia eu estava refletindo sobre a maneira que lidamos com os alimentos. Acredito que é muito importante que tenhamos sempre em mente que:

1. Comida não é lixo.

Discordo totalmente da ideia de fazermos uma dieta e chamarmos o dia livre de "dia do lixo". 

Primeiro por acreditar que devemos deixar refeições livres esporádicas ao longo de nossos dias, focando em consumi-las com moderação, ou seja, sem exageros. 

Há alguns meses decidi fazer minha reeducação alimentar. Durante esse processo percebi que o que me fará ter sucesso na perda de peso e na manutenção da minha saúde é a facilidade em tornar aquela dieta em algo aplicável no meu dia a dia. Seja por conseguir cumprir as quantidades que devo consumir, como também por conseguir encaixar na minha alimentação certas preparações. 

Assim, me permito comer chocolate em quantidades moderadas e tento me esforçar para não me sentir culpada por esse consumo. Vigio a quantidade que consumo, tento escolher as variedades de melhor qualidade e aproveito o momento. Na sequência, consumo alimentos mais saudáveis e mantenho as quantidades adequadas. Pronto. Isso vale também para doces, sushis e outros alimentos que são prazerosos. 

Não me sinto a vontade nem motivada a tirar um dia inteiro para refeições livres. Gostei desse método e pretendo continuar seguindo dessa forma. E digo que isso não tem atrapalhado minha perda de peso (visto que continuo perdendo peso). 

Sempre que possível, tento ajustar as quantidades dos alimentos do meu dia para que eu possa continuar em déficit calórico. Assim, aquele docinho após o almoço não prejudica meu desempenho a curto, médio e longo prazo.

Ressalto também que devemos ter respeito pelos alimentos, pois nos nutrem e nos trazem satisfação/prazer, então realmente discordo em tratá-los como lixo. 

Quem me conhece de perto sabe bem que odeio desperdiçar alimentos. Pensar em tratar qualquer alimento que seja como descarte acaba me gerando um grande incômodo. 

2. Não devemos sentir culpa ao nos alimentarmos.

Esse tópico é um pouco mais complicado. Confesso que nesses meses de dieta, eventualmente, me peguei sentindo que posso ter exagerado na quantidade de alguma comidinha ou até observando que alguma preparação selecionada para uma refeição minha não tenha sido a melhor escolha (seja na qualidade, na quantidade de kcal, no teor de gorduras e até no preço). Contudo, tento me trabalhar todos os dias para largar essa ideia de que comer "errado" deve automaticamente vir acompanhado de me sentir mal ou culpada por isso. Todos os dias fazemos opções sobre o que comer e o que não comer.

Como estou em processo de perda de peso, tento sempre ter em mente que devo comer coisas positivas no aspecto nutricional, mas que agradem meu paladar. E acredito que para me sentir motivada a continuar nesse ritmo, preciso incluir alimentos que não são os melhores exemplos de excelência em nutrição, mas que façam a função de "nutrição psicológica" (comida de trazer alegria). Equilíbrio é tudo. Comer restrito demais só me faria desistir. Comer livre demais me faria sair dos trilhos e perder o rumo, desviando do meu objetivo. 

Se eu amo pamonha, por qual motivo devo eliminá-la da minha vida? Simplesmente não devo. Mas comer pamonha não significa comer uma inteira todos os dias ou comer todas as pamonhas do mundo. Ao comer um pedaço esporadicamente, realmente preciso me culpar? E tudo que acertei até ali? E aquilo que sempre falamos sobre "equilíbrio ser tudo"? E a felicidade gustativa?

3. Não indicar dietas.

Existem profissionais cuja formação é cuidar de nossa saúde e nutrição. Assim, devemos sempre ter em mente que não devemos seguir uma fórmula específica que é seguida por outra pessoa. Há muito mais a ser considerado.

Um bom profissional conseguirá avaliar bem suas condições físicas e psicológicas, aliando a preocupação e o cuidado com a sua saúde ao seu objetivo. 

Assim, se a dieta da coleguinha funciona, devemos ficar felizes por ela e ir fazer a nossa parte. Cada corpo é único, cada história é exclusiva e muito específica para tentarmos nos encaixar numa rotina do outro.

Na minha visão, dieta que funciona é aquela que traz aquilo que aceitamos bem e aquilo que gostamos de comer. Como eu poderia seguir a dieta pensada para outra pessoa? Não dá, né?! #ligaparaanutri

Devemos ter responsabilidade ao falar de alimentos.  

Agora eu quero saber de você, em sua visão, de que outras formas podemos ser responsáveis em relação ao que falamos e sobre como tratamos os alimentos?

Um grande abraço.

Lara Lins

Alimentação saudável: o que realmente significa isso?

Olá, @você! Tudo bem?

Meu nome é Lara Lins. Eu gostaria de compartilhar com você alguns pensamentos, vivências e experiências que tenho vivido.

Primeiramente, gostaria de tornar esse ambiente algo diferente do que costumava ser. Alguns anos já se passaram sem que novas publicações chegassem a esse blog. Talvez a questão fosse a forma que eu imaginei que as publicações e os conteúdos deveriam ser. Hoje me sinto muito mais livre para falar de mais assuntos, ainda que a conexão com a produção de alimentos não esteja diretamente ligada. E sim, eu gostaria muito de fazer essa troca de conhecimento com você.

Dito isso, vamos falar de alimentação saudável? 

Precisamos ter em mente inicialmente que a saúde é definida como o estado de boa disposição física e psíquica, sendo chamado também de bem-estar (definição extraída do Oxford Languages).

Algumas pessoas levam consigo a noção de que ser saudável significa comer apenas alimentos saudáveis. Contudo, na minha visão, devemos considerar que manter sua alimentação saudável depende de dois pontos essenciais: equilíbrio e constância. 

Como vimos, o termo 'saúde' é mais amplo do que apenas o aspecto fisico e que a saúde mental é essencial à qualidade de vida. Desse modo, conseguir estabelecer uma rotina alimentar que cuide da saúde física, mas que contemple a saúde mental é o caminho para o sucesso. E por sucesso, compreendo uma dieta saudável, seja para perda, manutenção ou ganho de peso.  

Aproveito para adiantar que o termo dieta precisa ser ressignificado em nosso vocabulário oral. Já observei que muitas pessoas em muitos locais compreendem o termo 'dieta' no sentido mais restrito, relacionado mesmo a restrição. Eu prefiro interpretar a palavra dieta em seu sentido mais amplo, em que é considerada como dieta toda a rotina alimentar de um indivíduo (ou mais) em um determinado período de tempo. Dessa forma, o conjunto de alimentos e bebidas¹ consumidos no espaço de um dia, forma a sua dieta diária.  

Então, para que minha alimentação seja considerada saudável, devo restringir minha dieta a apenas alimentos saudáveis?

Correndo o risco de parecer polêmica, eu responderei que não. 

Em quantidades moderadas e em situações esporádicas, é possível comer algo que você goste, mas que não seja um alimento essencialmente saudável. Isoladamente, não será isso que fará com que você deixe de ser saudável. Em quantidades moderadas e de forma equilibrada, até esses alimentos vistos como vilões podem no auxiliar. Importa mais estar se alimentando corretamente durante 80% de seu tempo do que criar um plano insustentável de que sua alimentação será 100% saudável o tempo todo e todos os dias.

De fato, devemos focar em incluir e manter em nossa alimentação diária alimentos 'de verdade', que nos tragam nutrientes em quantidades adequadas para a manutenção da saúde de nossos corpos. Contudo, como satisfação e visando a saúde mental, será que eu deveria mesmo eliminar totalmente da alimentação aquele docinho que tanto gosto? O que você acha disso?

#saúdeécorpoemente 💪

¹ Nesse caso, as bebidas que serão consideradas como parte da dieta serão apenas as bebidas que possuem kcal.